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Cidades criativas e territórios integrados

Cidades criativas e territórios integrados
O Penal Creative
Jan. 21 - 3 min read
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Reconhecer e potencializar os saberes e fazeres comunitários que elevem a autoestima, desenvolvam a capacidade colaborativa, contribuam para a redução dos impactos ambientais e para o desenvolvimento humanos e o respeito a diversidade cultural do nosso povo, alinhada ao entrelaçamento da produção do conhecimento cientifico, tecnológico e a inovação são caminhos para vislumbrar cidades criativas. Neste caso, a criatividade deve confrontar com a lógica do capital de degradação ambiental, consumismo, individualismo e vislumbrar caminhos sintonizados com o desenvolvimento humano e sustentável, em que os elementos simbólicos possam despertar a imaginação, a curiosidade, o bem viver e a ampliação da visão social de mundo.

A criatividade também deve ser pensada como vetor para o desenvolvimento econômico de base comunitária, sem seguir os modelos de exclusão que o mercado sugere e que muitas vezes descaracteriza os saberes e fazeres tradicionais e criam produtos desagregados do consumo comunitário, como por exemplo a gourmetização e o conceito de agregação de valores.

Por outro lado, é necessário refletir sobre as cidades como um complexo de territórios que devem ser integrados, a partir de suas potencias criativas e de um urbanismo social, em que a política pública tenha caráter intersetorial e a participação e escuta social sejam diretrizes republicanas. Isso desmonta planejamentos frios e desarticulados da realidade de cada lugar, concomitantemente, a urbanização e a integração deve também movimentar e fazer circular a economia de cada local. 

A integração deve estar inserida numa compreensão de construção de redes horizontalizadas de setores públicos e da sociedade civil com o intuito de gerar aproximações, articulações e potencializar ações, trocas e tecnologias sociais. 

Pensar cidades criativas e territórios integrados contribui também para combater a vulnerabilidade e a estigmatização social, dos territórios à margem do consumo e da urbanização planejada e aponta para a desinvisibilização territorial e apresentação da potência criativa como instrumento para uma perspectiva de desenvolvimento comunitário e criação de uma narrativa emancipatória.

Logicamente, essas paisagens urbanas e culturais só vão se constituindo e se construindo pelos que habitam o lugar, os quais são e devem ser os principais protagonistas das suas histórias. A partir desta concepção de entender o lugar e os seus construtores é que é possível discutir cidades criativas e territórios integrados. 

Alexandre Lucas é pedagogo e integrante do Coletivo Camaradas.

Fonte do conteúdo:

Blog do autor

Versão retirada de: 

http://www.vermelho.org.br/noticia/318116-1

 


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